ZAMBÉZIA: Mais de 100 mil alunos estudam em condições precárias

Por Jornal Creator 


Mais de duas mil salas de aula na província da Zambézia necessitam de reabilitação urgente, devido à sua construção com materiais precários e à falta de manutenção ao longo dos anos. A situação afeta diretamente mais de 100 mil alunos, forçados a aprender em ambientes pouco dignos, sem as mínimas condições de conforto e segurança.

Durante a primeira reunião de coordenação do sector da Educação com todos os diretores distritais da província, foram apresentados dados preocupantes que refletem os desafios enfrentados. O ciclone Freddy, que assolou a região em 2023, destruiu 810 salas de aula. Destas, cerca de 500 já foram reabilitadas, enquanto outras estão atualmente em processo de intervenção, com o apoio de parceiros institucionais.

A situação agravou-se ainda mais após as eleições, quando pelo menos 160 salas de aula foram vandalizadas, afetando severamente distritos como Mocuba, Gurué, Mocubela e Pebane. Apesar disso, o sector da Educação sublinha que a principal causa da danificação das infraestruturas é a degradação natural e a falta de manutenção, e não as manifestações pós-eleitorais.

Somam-se a estes danos mais de 2 mil salas degradadas, que há anos não recebem qualquer tipo de intervenção, agravando o cenário de precariedade no sistema educativo da Zambézia.

Como resposta, o governo e seus parceiros estão a apostar na construção de escolas evolutivas — estruturas que começam com materiais simples, como chapas e caniço, mas que podem ser facilmente convertidas em blocos mais resistentes. Estas escolas são consideradas sustentáveis e adaptáveis às condições climáticas. Até ao momento, já foram construídas 84 salas neste modelo.

A esperança do sector é que, com estas soluções e o reforço da coordenação entre os distritos, seja possível devolver dignidade aos alunos e professores da Zambézia, resgatando a qualidade do ensino num dos sectores mais afetados da província.






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