Em dois anúncios que reacendem o debate sobre a longevidade presidencial em África, Paul Biya, dos Camarões, e Yoweri Museveni, do Uganda, confirmaram as suas intenções de se recandidatar à presidência, apesar das suas idades avançadas e do longo tempo já exercido no poder.
📍 Paul Biya: 92 anos e 43 no poder O presidente camaronês, Paul Biya, com 92 anos de idade, informou que irá disputar as eleições presidenciais previstas para 2025. Biya governa os Camarões desde 1982, somando quatro décadas consecutivas no poder, com um histórico de reformas constitucionais que eliminaram limites de mandatos e fortaleceram o seu controlo sobre o Estado.
📍 Yoweri Museveni: 80 anos e 39 no poder No Uganda, Yoweri Museveni, de 80 anos, também declarou que será candidato às eleições de 2026. Museveni lidera o país desde 1986 e, tal como Biya, beneficiou de alterações constitucionais que lhe permitiram manter-se no cargo indefinidamente.
🗳️ Críticas e inquietações democráticas As recandidaturas levantaram fortes críticas da oposição e de organizações da sociedade civil, que acusam os dois presidentes de manterem regimes autoritários sob disfarce democrático. A longevidade no poder, aliada a restrições à liberdade de imprensa, repressão de opositores e controlo do aparelho de Estado, são apontadas como elementos que comprometem a alternância e a renovação política.
👥 Reacções internacionais Em círculos diplomáticos e regionais, cresce a preocupação com o envelhecimento do poder em África, fenómeno que, para muitos analistas, compromete o dinamismo democrático e bloqueia o surgimento de novas lideranças.
Apesar das pressões, ambos os líderes mantêm bases de apoio sólidas, sobretudo no meio rural e entre sectores do exército e do funcionalismo público.
🔎 A sucessão permanece um tema tabu em ambos os países, com os regimes evitando qualquer debate sério sobre transição ou reforma constitucional.
⚠️ As eleições nos Camarões (2025) e no Uganda (2026) prometem ser novamente marcadas por contestação, num continente onde os limites de mandato continuam a ser testados por líderes longevos.
