Desaparecimento de Vitano Singano gera suspeitas de sequestro pelo SERNIC; esposa e partido exigem respostas

 


O paradeiro do político moçambicano Vitano Singano, líder do partido Revolução Democrática, permanece desconhecido há mais de duas semanas, levantando sérias suspeitas de sequestro que envolvem alegadamente agentes do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC).

A sua esposa, Cidália Paulino, desmentiu os rumores que circulam nas redes sociais sobre uma possível morte de Singano. Em entrevista à STV, afirmou: “Até agora não conhecemos o paradeiro de Vitano, mas estamos a fazer de tudo para obter pistas. Se fosse verdade [a morte], eu, como esposa, teria sido informada.

Segundo relatos da família e do partido, Vitano Singano terá sido sequestrado na zona da Shoprite, na cidade de Maputo, por indivíduos que se identificaram como agentes do SERNIC. Ainda durante o alegado sequestro, Singano teria conseguido lançar um dos seus telefones móveis, o que permitiu que um comerciante da zona alertasse o taxista que o transportava, e este, por sua vez, entrou em contacto com a família.

O porta-voz do partido, Santismo Januário, revelou que uma denúncia formal foi feita junto das autoridades policiais e da Procuradoria-Geral da República, mas até ao momento nenhuma informação oficial foi fornecida sobre o paradeiro do líder político. Januário expressou preocupação pelo silêncio institucional e relembrou que, anteriormente, Singano foi detido sem mandado de captura, num episódio semelhante.

“Por ter sido o mesmo modus operandi, esperamos que esteja sob custódia policial”, afirmou o porta-voz.

O SERNIC, questionado sobre o caso, negou oficialmente qualquer envolvimento no desaparecimento de Singano e declarou não ter conhecimento da sua detenção ou sequestro por agentes da instituição.

A situação está a provocar indignação em círculos políticos e civis, reacendendo o debate sobre práticas de detenções extrajudiciais e a atuação de forças de segurança em Moçambique.



Postagem Anterior Próxima Postagem