O político moçambicano Venâncio Mondlane, uma das vozes mais críticas ao regime atual, pode ser detido ao regressar a Moçambique, esta sexta-feira à noite (19/07), após uma intensa agenda política na Europa. Informações ainda não confirmadas oficialmente indicam a existência de um mandado de captura contra si, cuja base legal permanece incerta até o momento.
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Mondlane, que encontra-se sob termo de identidade e residência em processos que vão desde incitação à desobediência civil, ofensa ao Presidente da República, denúncia caluniosa e pedidos de indemnização por alegados danos ao Estado, garante ter cumprido todos os requisitos legais para sair do país.
Durante as últimas duas semanas, esteve em contacto com diversos atores políticos na Europa, incluindo setores da direita em Lisboa e interlocutores em Berlim, com o objetivo de angariar apoios internacionais ao seu projeto político — uma “revolução que não morreu”, como define.
Apesar de sua notoriedade crescente entre os jovens e setores descontentes da sociedade moçambicana, Mondlane permanece ignorado pelas mais altas figuras do Estado português, incluindo o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, a quem teria tentado contactar durante a estadia em Portugal.
“Estou em ponto de não retorno”, afirmou Mondlane em declarações recentes. “Já não tenho direito a medo.”
Fontes próximas ao político sugerem que o clima em torno do seu regresso é de alerta total, com receio de que o Aeroporto Internacional de Maputo possa transformar-se no palco de uma detenção arbitrária, num momento que pode acirrar ainda mais o ambiente político no país.
Venâncio Mondlane, ex-deputado da RENAMO e atualmente líder de um movimento de oposição independente, tem sido uma das vozes mais veementes contra a governação da FRELIMO, acusando o partido no poder de autoritarismo, corrupção sistémica e repressão das liberdades civis.