Moçambique continua mergulhado na pobreza, com milhões de jovens sem oportunidades, abandonados por um sistema que os exclui. A escassez, o desemprego e a corrupção fertilizaram o solo onde germinou a figura de Mondlane. Pensar que o seu silenciamento restaurará o poder absoluto é ignorar o óbvio: a revolta já está lançada.
É impossível ignorar os mais de 400 moçambicanos assassinados injustamente durante manifestações. É impensável que os jovens presos por protestar regressem às suas casas e esqueçam o trauma. Não. Eles são os novos revolucionários. Eles são os próximos Mondlanes.
A juventude moçambicana desperta, e o velho regime treme. O tempo em que se calava com balas e prisões já passou. A história está a mudar — com ou sem o consentimento da Frelimo.