Amnistia Pressiona Chapo Após Jornalista Ser Envenenada com Metais Pesados


 A organização Amnistia Internacional lançou um apelo urgente às autoridades moçambicanas para investigar de forma rápida, independente e imparcial o caso de suspeita de envenenamento da jornalista moçambicana Selma Inocência Marivate.

Em uma carta dirigida à Procuradoria-Geral da República, a Amnistia exige responsabilização dos culpados e condenação pública de qualquer forma de ataque contra jornalistas e defensores de direitos humanos.

Segundo o relatório, Selma foi vítima de intoxicação por metais pesados como mercúrio, urânio, tálio e cádmio, detectados em níveis perigosamente elevados. A contaminação teria ocorrido durante uma viagem de trabalho a Maputo em Março de 2025, onde participou na formação de jornalistas locais.

Logo após regressar à Alemanha, começou a manifestar sintomas graves: fadiga, dores renais, fraqueza muscular, náuseas e perda de equilíbrio. Um exame toxicológico feito em Berlim confirmou a presença das substâncias, descritas em concentrações “fisiologicamente inexplicáveis”.

> “As autoridades moçambicanas devem agir com urgência para investigar este caso”, exigiu a Amnistia, lembrando que o incidente aconteceu num contexto de repressão política pós-eleitoral.

Selma Inocência encontra-se atualmente em estado crítico, submetida a tratamento com terapia de quelação, sendo incapaz de trabalhar ou estudar.

Este não é um caso isolado. Em Dezembro de 2024, o ativista Wilker Dias, coordenador da Plataforma DECIDE, também relatou sintomas de envenenamento após estadia em Maputo, confirmados por exames laboratoriais — sem que qualquer investigação fosse iniciada até hoje.

O período entre Outubro de 2024 e Fevereiro de 2025 ficou marcado pela morte de quase 400 pessoas em protestos pós-eleitorais, segundo fontes independentes. O caso de Selma soma-se a um padrão crescente de silenciamento violento de vozes críticas em Moçambique.

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