O Presidente da República, Daniel Chapo, recebe esta terça-feira (29) o monarca de Eswatini, Rei Mswati III, que se encontra em Moçambique para uma visita oficial de dois dias. A deslocação do rei responde a um convite de Chapo, com o objectivo de fortalecer a diplomacia bilateral e aprofundar os laços históricos entre os dois países.
De acordo com um comunicado oficial, a visita pretende promover a cooperação nos domínios político, económico, social e cultural, bem como promover o intercâmbio de informações sobre os desenvolvimentos no continente africano e no cenário internacional.
Entretanto, a presença de Mswati III — um dos poucos monarcas absolutistas ainda no poder em África — levanta questionamentos sobre o tipo de alianças que Moçambique procura reforçar. O Rei de Eswatini tem sido alvo de críticas internacionais por violações de direitos humanos e repressão violenta contra manifestantes no seu país.
Internamente, o governo de Chapo enfrenta crescente insatisfação social, marcada por protestos reprimidos, professores em greve em Tete por falta de salários, e casos graves de intimidação a jornalistas críticos. Ainda assim, prefere-se dar palco à retórica diplomática e visitas de luxo em detrimento da resolução dos problemas nacionais urgentes.
A visita acontece num momento em que Moçambique atravessa uma fase delicada, onde vozes críticas e opositoras vêm sendo silenciadas e problemas económicos agudizados, o que levanta suspeitas sobre as verdadeiras intenções por trás deste “reforço de amizade”.