Mozal trava indústria: impasse com Governo paralisa obras e deixa trabalhadores sem contratos


O impasse entre o Governo de Moçambique e a Mozal, empresa de fundição de alumínio, em torno da tarifa de fornecimento de energia da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) via ESKOM, já começa a refletir em impactos diretos na indústria nacional.

Em menos de uma semana após ameaçar suspender as suas operações caso não obtenha a prorrogação do contrato de fornecimento de eletricidade, a Mozal comunicou à Duys Moçambique, empresa especializada em engenharia e fabricação de estruturas metálicas, o cancelamento de serviços de reparação de panelas (potshells) e de recuperação de superestruturas.

Num comunicado interno, a Duys Moçambique descreve que a decisão coloca a empresa “em posição extremamente difícil”, obrigando à rescisão de contratos de todos os trabalhadores diretamente afetos a este departamento. A empresa garantiu que o processo será conduzido com “celeridade, correção e transparência”.

Em publicação no Linkedin, a Duys reforçou a necessidade de resiliência e união no setor industrial, sublinhando que cada projeto é uma oportunidade de transformação para Moçambique.

Na semana passada, a Mozal considerou inviável o preço de eletricidade negociado para vigorar a partir de março de 2026, junto do Governo, HCB e ESKOM. A multinacional australiana South32, que lidera o consórcio, alertou que limitará investimentos, interromperá trabalhos de revestimento de potes e paralisará atividades de empreiteiros associados.

Em resposta, o Governo afirmou que não cederá à pressão da Mozal. O Chefe de Estado destacou que a defesa do interesse nacional impede aceitar tarifas que levem a HCB a subsidiar a empresa, o que poderia comprometer a sustentabilidade da própria hidrelétrica.

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