Empresário moçambicano acusado de tentar fraudar 8 milhões de meticais

 


A Procuradoria-Geral da República, através da Procuradoria de KaMaxaquene, formalizou acusação contra o empresário Manuel Magalhães Pereira, de 73 anos, por crime de abuso de confiança.

O caso remonta a 2017, quando Pereira atuava como tesoureiro na campanha de Agostinho Zacarias Vuma à presidência da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA). Segundo a acusação, ele teria se apropriado de um livro de cheques entregue sob confiança e tentado utilizá-lo para levantar um total de oito milhões de meticais.


O despacho de 9 de setembro revela que Pereira depositou no Banco BIM oito cheques, cada um de um milhão de meticais, anos após o fim da campanha e sem autorização de Vuma. Ao ser questionado, Pereira alegou que se tratava de uma dívida contraída pelo denunciante, mas apresentou documentação considerada falsa, incluindo uma acta empresarial sem assinatura de Vuma.



O Ministério Público considera as justificações de Pereira contraditórias e sem fundamento, apontando agravantes como premeditação, quebra de confiança, motivo fútil e indícios de reincidência. As incoerências nos valores e prazos reforçam a suspeita de tentativa de fraude.


O processo foi remetido ao Tribunal Judicial do Distrito Municipal de KaMaxaquene, onde será julgado. Tanto o arguido quanto a vítima já foram notificados, e Manuel Pereira tem oito dias para solicitar a abertura de audiência preliminar.


Para o Ministério Público, o caso demonstra que Pereira tentou transformar a confiança recebida durante a campanha eleitoral em benefício próprio, enquanto Vuma vê a acusação como oportunidade de restaurar a confiança pública no ambiente empresarial.

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