Megaoperação migratória trava construção da fábrica da Hyundai na Geórgia


Uma megaoperação das autoridades norte-americanas levou à detenção de centenas de trabalhadores da futura fábrica de baterias da Hyundai Motor e da LG Energy Solution, em Bryan County, no estado da Geórgia, nos Estados Unidos.

Segundo o Departamento de Segurança Interna (DHS), a ação foi conduzida com mandado judicial e envolveu múltiplas agências federais, incluindo ATF, FBI, ICE e DEA. O DHS justificou a operação com a suspeita de práticas de emprego ilegais.

A agência ATF Atlanta confirmou a detenção de cerca de 450 trabalhadores sem documentação legal. Já a imprensa sul-coreana, como o Korea Economic Daily, reportou que até 560 pessoas foram detidas, sendo cerca de 300 cidadãos sul-coreanos.

Repercussões internacionais

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul reagiu de imediato, expressando “profunda preocupação” com o impacto da operação sobre os investimentos e cidadãos do país.

 “As atividades económicas das nossas empresas que investem nos Estados Unidos e os interesses de nossos cidadãos não devem ser indevidamente violados durante a aplicação da lei americana”, afirmou o porta-voz Lee Jae-woong.

Os trabalhadores detidos foram transferidos para centros de imigração geridos pelo ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA).


Impacto económico

O projeto da Hyundai e da LGES previa o arranque das operações ainda em 2025, com investimento estimado em 4,3 mil milhões de dólares. A fábrica seria responsável pelo fornecimento de baterias para os modelos elétricos Hyundai, Kia e Genesis, no âmbito de um pacote de 12,6 mil milhões de dólares em investimentos no estado da Geórgia.

A construção da unidade é considerada o maior projeto de desenvolvimento económico na história da Geórgia.


Pressão política

Especialistas destacam que a operação reflete a linha dura da Administração Trump contra imigrantes, que começa a ter impactos diretos sobre grandes projetos de investimento estrangeiro. A repressão contrasta com o discurso da Casa Branca, que procura atrair multinacionais para expandir a produção nos EUA.


Postagem Anterior Próxima Postagem