O partido Frelimo, pela voz do seu porta-voz Feliz Silva, reafirmou a sua posição de não incluir o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane no Diálogo Nacional Inclusivo que decorre em Moçambique. Silva justificou a exclusão, afirmando que o partido no poder não aceita um processo condicionado por vontades individuais.
"Não queremos um diálogo condicionado por alguns compatriotas que tentam impor aos outros moçambicanos a sua vontade pessoal, a sua voz e as suas convicções", declarou Feliz Silva, numa crítica velada a Mondlane, cuja contestação aos resultados eleitorais de 2024 esteve na origem da crise que motivou a convocatória do próprio diálogo pelo Presidente Daniel Chapo.
A declaração de Silva sublinha a linha oficial do governo e da Frelimo, que limita a participação formal no diálogo aos partidos com representação parlamentar e/ou municipal, critério que o novo partido de Mondlane, ANAMOLA, ainda não cumpre.
Fontes indicam que esta exclusão não encontrou oposição formal dentro da estrutura do diálogo por parte de outras bancadas, incluindo o PODEMOS, partido que apoiou Mondlane nas últimas eleições mas que agora participa no diálogo com base na sua representação autárquica.
A posição da Frelimo contrasta com as críticas de Venâncio Mondlane e de figuras da sociedade civil, como o académico Severino Ngoenha, que argumentam que a ausência do segundo candidato presidencial mais votado retira legitimidade e propósito ao diálogo, que visa precisamente encontrar consensos para evitar futuras crises pós-eleitorais como a que Mondlane protagonizou.