UNITA Rejeita Patrimonialismo e Abre "Capital Político" aos Militantes Após XIV Congresso

 


O XIV Congresso da UNITA marcou um ponto de viragem no panorama político angolano, confirmando uma notícia “chocante” para alguns: o partido já não tem dono. A organização demonstrou, com elegância, que é hoje uma instituição e não um "feudo político de família".

Este avanço é celebrado pela ciência política. Teóricos como Panebianco explicam que partidos fortes são aqueles que sobrevivem às suas personagens carismáticas. Por esta lógica, a UNITA demonstrou ter assimilado a lição de Max Weber, segundo a qual o carisma, quando não se transforma em instituição, morre com o líder.

Para desespero dos apaixonados pelo patrimonialismo político, a UNITA não foi escrita no testamento de Savimbi, tal como o MPLA não se tornou propriedade dos Santos. O congresso veio estragar a narrativa folclórica de que partidos são empresas privadas com lideranças que se dividem como herança.

A analogia com empresas cotadas em bolsa cai como uma luva: a UNITA abriu o “capital político” aos militantes. Este é um avanço que Samuel Huntington chamaria de "civilizacional", pois mostra instituições que funcionam porque têm regras e não porque têm um “chefe vitalício”.

O recado é simples: o partido pertence aos seus militantes e não aos seus fantasmas emocionais. As lideranças passam, mas a instituição fica, recusando-se a ser tratada como propriedade privada.

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