Um ex-combatente que se juntou ao grupo terrorista Estado Islâmico em 2020, na vila de Mocímboa da Praia, entregou-se voluntariamente às autoridades locais na segunda-feira, 21 de julho. Segundo o administrador do distrito, Sérgio Cipriano, o indivíduo manifestou claramente a sua intenção de abandonar a luta armada e não pretende regressar às matas.
A rendição inclui também a sua esposa, atualmente grávida de seis semanas, que o acompanhava desde a adesão ao grupo extremista. Ambos apresentavam sinais de fragilidade física e foram imediatamente encaminhados a uma unidade sanitária, onde receberam cuidados médicos adequados.
O casal entregou uma arma AK-47, quatro carregadores com munições, uma granada e fardamento militar. Segundo Cipriano, o gesto é visto como um sinal positivo no processo de pacificação da região.
> “Foi bem recebido pelas Forças de Defesa e Segurança, que têm orientações claras para garantir uma convivência humanizada, enquanto decorrem os procedimentos para a sua reintegração social”, declarou o administrador.
O ex-combatente deverá ser reintegrado na comunidade local e retomar as atividades pesqueiras que exercia antes de aderir ao grupo jihadista. O processo será acompanhado por autoridades civis e militares.
Nos últimos dias, Mocímboa da Praia tem registado uma relativa calma, sem registos de ataques mortais. Contudo, persistem incidentes pontuais, como o recente ataque a uma viatura que transportava vacinas contra a poliomielite e a cobrança ilegal de taxas em estradas por parte de insurgentes remanescentes, especialmente ao longo da Estrada N380.
O caso é visto como mais um sinal de que parte dos membros do grupo terrorista começa a abandonar as armas diante do cerco militar e da pressão das populações locais.
Fonte: Carta de Moçambique